Um dos alvos da Operação Bleeder, desencadeada hoje pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União, é um jovem que se apresenta como especialista em Segurança de Barragens.
O curioso, porém, é que o engenheiro herdou do pai a prática que levou os órgãos de controle a deflagrar as investigações.
O genitor, que era servidor público, passou a atuar nos últimos anos como projetista, fiscal ou executor de pelo menos 59 obras de combate à seca.
Uma colaboração premiada aponta que o acusado era “chefe da aparente organização criminosa”. O profissional era responsável pela elaboração do projeto que seria submetido ao Governo Federal, depois contratado pelas prefeituras com fiscal da obra e executor dos serviços, usando empresas de fachada.
Acontece que o “líder” morreu no mês de abril passado em decorrência das sequelas do novo coronavírus. O esquema, no entanto, continuou com novos atores, dentre eles o filho do engenheiro morto pela Covid-19.
A força-tarefa aponta que o jovem atua auxiliando na elaboração dos projetos de açudes e coordenando os empregados e empresas pertencentes ao esquema criminoso, além de concorrer em processos licitatórios.
É o tipo de herança maldita.