Eu penso que a gente vive em uma constante busca pela evolução. Evolução intelectual, ideológica e também espiritual. Durante todo esse processo, eu sei o tanto que já evolui para desconstruir muito do machismo que eu reproduzi e reproduzo, seja por falta de informação ou por fazer parte do meio, afinal, o meio que a gente vive interfere na nossa forma de se expressar. Em outras épocas, eu não postaria uma foto dessa – clique aqui e confira -, por não querer ser julgada, intitulada e escanteada pela sociedade.
No fim, é isso que as mentes retrógradas fazem, objetificam, excluem o que é para ser normal, natural, pois é um corpo como qualquer outro.
Quantas fotos, quantas roupas, quantas coisas vocês mulheres deixaram de fazer para não ser chamada de “qualquer uma”? Todo mundo nessa vida quer ser incluído, aceito e não recriminado.
Uma foto de biquíni grande, pequeno, minúsculo, maiô cavado ou composto, não importa o tamanho, a pose da foto, não é motivo para definir o que é uma mulher. Dentro do corpo de quem veste a roupa de praia, mora alguém que sente, mas não se sente um objeto por causa disso. Sente sim, a vontade de ser o que é e se expressar, sem julgamentos e com o desejo de respeito. A mulher deve vestir o que quiser e se a roupa for curta – não é um convite -.
Eu tenho roupa de todo tipo e uso conforme o meu humor. Um dos meus desejos mais profundos é que as pessoas respeitem e não julguem as mulheres. Caráter vai além de um pedaço de pano. Coração ninguém conhece em uma noitada. É injusto definir alguém como quem presta e quem não presta, baseado no machismo. É injusto o homem poder tudo e a mulher, aaah, a mulher, essa que lute, como diz bem o meme. Mas, amiguinhas, se a gente tem que lutar para ter espaço e respeito que lutemos juntas. Vamos apoiar uma às outras. Quando a gente se sente representada, se sente mais forte.
Coragem, mulher, posta a foto que você quiser, usa a roupa que quiser e foda-se a sociedade. Eu e você, nascemos para sermos aceitas e não aceitar pouco, pois toda mulher tem uma imensidão dentro de si.
*Dayanne Brilhante é jornalista. Atua como produtora de conteúdo da Rede Tambaú de Comunicacão, em João Pessoa.