Quem acompanha eleição de perto costuma ouvir que na reta final de campanha tudo pode, principalmente quando o interessado está lá em baixo e precisa reverter os números antes do esperado domingo. Errado. Não pode e não deve.
Quem está disposto a concorrer a um cargo público deve, ao menos, ter caráter. Imagina só uma população ser governada por alguém que recorre à covardia? Impossível até acreditar. Mas tem.
De ontem para hoje dois casos chamaram atenção. O primeiro envolve Cícero Lucena, candidato do Progressistas à Prefeitura da Capital. Um panfleto apócrifo foi espalhado em vias da cidades com a foto do ex-senador e acusações. No fim a indagação: “Ele quer voltar a ser prefeito, você vai deixar? Compartilhe”. Pasmem. Não se sabe até agora o autor.
Coincidência ou não, um material semelhante foi publicizado com a imagem de Nilvan Ferreira, representante do MDB na disputa. Desta vez não apenas com acusações, mas com falta de respeito a quem sequer está presente para se defender. Trata-se do ex-prefeito de Bayeux, Jota Júnior, morto em 2017 após problemas de saúde.
No caso de Nilvan, a peça sustentava que ele “faliu Bayeux e agora quer quebrar João Pessoa”, abaixo de uma montagem com as fotos do emedebista e de Jota.
Assim como fez com Cícero, o criador preferiu ficar no anonimato. Mas, talvez, até saibamos uma pista. É alguém, no mínimo, covarde. Sim, aquele que segundo o dicionário age com temor diante de alguém, de algo ou quem não apresenta valentia.
E o lugar de covardes não é na gestão pública, principalmente quando se trata da capital de um estado. Para estes, restam os esgotos que eles mesmo constroem. Lá mesmo, onde ficam armazenados os dejetos.