análise

Henry Freitas e o atentado duplo contra a saúde paraibana

14 de dezembro de 2020 às 12h10 Por Wallison Bezerra
Cantos Henry Freitas cantou para uma multidão em São Bento, no Sertão do Estado.

Em 02 de novembro, quando a população lembra os mortos durante o Dia de Finados, o cantor Henry Freitas cometeu o que podemos chamar de vacilo ao improvisar um show para um público considerável na praia do Bessa, em João Pessoa. À época, banhistas estavam sem máscara ao lado do jovem artista que entoava os sucessos como se nada de ruim estivesse acontecendo na humanidade.

Passou. Pensávamos que ali seria o ápice. Mas não foi.

Nesse de fim de semana, ignorando os mais de 3,6 mil casos e 40 mortes causadas pela Covid-19 em São Bento, Sertão do Estado, Freitas participou de um show ao lado de Raí Saia Rodada.

De acordo com a última avaliação da Secretaria de Saúde do Estado, a cidade sertaneja está avaliada com a bandeira laranja, onde é permitido apenas o funcionamento de atividades essenciais.

As imagens expostas no Blog de Maurílio Júnior chocam. Mostram a insanidade de uma população que parece ainda não ter acordado para gravidade que passamos e a insensatez de quem insiste ignorar a pandemia.

Será que os forrozeiros estariam lá se nada tivesse? Certeza que não.

Na última sexta-feira (12), em entrevista ao autor do Blog durante o Programa Hora H da Rede Mais Rádio, os cantores Amazan e Sâmya Maia, nomes conhecidos e respeitados do forró, foram enfáticos ao falarem da saudade dos palcos. Mas, como quem tem consciência, reconheceram que, infelizmente, ainda é preciso esperar um pouco.

Talvez seja essa falta de experiência que fez o jovem Henry Freitas, que tem um grande futuro na música nordestina, insistir liderar uma aglomeração sem tamanho na Paraíba.

Pelo segundo mês consecutivo, comete uma irresponsabilidade contra a saúde dos paraibanos. Um descuido que pode transformar a alegria momentânea em choro e tristeza.

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