Não há coração humano que passe esse 10 de março de 2021 como se nada tivesse acontecido. É uma mistura de dor com angústia, desespero com tristeza. Não dá para explicar. Chegamos no pior dia da pandemia, foram mais 50 mortes registradas na Paraíba e 2,3 mil no Brasil.
E por qual motivo eu teria tanta tristeza?
Simples.
Lá em Duas Estradas, no Brejo, filhos, netos, vizinhos e amigos choram a despedida de uma vovozinha de 93 anos. No dia 05 de março, semana passada, ela começou a apresentar os primeiros sintomas da doença que tem trazido tanto luto. Quatro dias após, 09 de março, morreu.
O abalo corta o estado e chega a Piancó. Uma jovem de 37 anos, no auge da vida, lutou por quase dois meses, guerreira. Infelizmente foi vencida. Morreu em 08 de março, Dia Internacional da Mulher.
Cruzando mais um pouco por essa Paraíba de Meu Deus – sim, ele é quem manda aqui – chegamos em Esperança, cidade cujo nome nos lembra expectativa pelo melhor, confiança. Não foi o possível para uma senhora de 65 anos. Acometida desde janeiro, também não resistiu. Sua vida foi interrompida.
Três mulheres que jamais serão substituídas, isso é certeza. Hoje, porém, entraram para a estatística das vítimas da pandemia que há um ano assola o país e ainda deve interromper muitos sonhos, infelizmente.
Até quando deixaremos isso acontecer?
Não adianta simplesmente jogar culpa para governantes e autoridades. Eles têm si uma parcela de culpa, digo que a maior, guardadas suas proporções.
Mas, e nós?
O que fizemos no passado para evitar tamanha dor e o que pretendemos fazer no futuro?
Vamos esperar que amanhã nosso sorriso seja substituído pela lágrima que seguirá molhando o rosto?
A culpa foi nossa e nem percebemos.
Ainda há tempo de evitar um mal maior. Só depende de mim que escrevo, de você que está lendo, dos amigos e familiares, do mundo.
Esqueçam as paixões partidárias, eles vão passar.
Esqueçam a ignorância do próximo, um dia vão entender.
Esqueçam a imbecilidade humana, logo irão compreender.
A vida é única.
Cuide de você e cuide dos seus. Redobre as atenções. Ficar em casa, claro na medida do possível, é um gesto de amor.
Tenho certeza que vamos vencer.
Independente da sua crença ou fé, confie.
Assim como Padre Reginaldo Mazontti um dia cantou, “A tempestade vai passar”.
Afundar ou não só depende de nós.