OPINIÃO

Não dividam a Igreja Católica

13 de março de 2021 às 12h45 Por Wallison Bezerra
Igreja, local de amor, união, reunião... jamais de divisão

A decisão da Arquidiocese da Paraíba em suspender temporariamente, por mais uma vez, a presença de fiéis nas missas, infelizmente mostrou algo que não faz bem para Igreja.

De um lado, a compreensão dos que entendem o momento. Na contramão, aqueles que cobram a todo vapor a reabertura dos templos.

Mas não há problema em pedir o retorno das celebrações com os bancos ocupados ao invés do vazio. É louvável, até porque ninguém quer viver eternamente longe da eucaristia, sacramento central para os católicos.

A questão é outra.

A decisão serena do arcebispo Dom Manoel Delson mostrou uma situação que entristece. Ao invés do amor, a condenação do próximo. No lugar da união, a divisão. Aliança trocada por discórdia.

Uma passagem rápida pelas redes sociais da Arquidiocese e é possível observar a desarmonia. Uma das seguidoras, que se mostra como fiel, contestou a medida e reagiu: “Canalhas da Fé”.

A sensatez de um cristão disse que vivia o “maior temor, a divisão entre os católicos”. O argumento foi logo rebatido: “os que defendem o fechamento da igreja nunca foram católicos”.

Como se alguém tivesse autoridade suficiente para fazer tal avaliação.

Pasmem, teve até quem disse que éramos guiados por Dom João Azevêdo, uma blasfêmia. Nosso líder é Dom Manoel Delson, a quem devemos obediência. João é governador, tem a sua própria missão e ele bem sabe.

“Isso vai terminar terminar em 2022 nas próximas eleições…” O que tem a ver medida cristã e sanitária com política?

Não dá gente. Somos católicos apostólicos romanos, seguimos a Igreja de Roma. Seguimos Cristo, Papa Francisco, São João Paulo II, a Mãe Imaculada.

Não transformem a Igreja em palanque de ideologia própria.

Todos nós queremos as celebrações reabertas para a comunidade, mas é preciso entender o que estamos vivendo. O sacrifício também é sinal de amor.

Ninguém vai ser condenado porque deixou de comungar nesse momento grave da pandemia. Assim como não fomos quando por inúmeras vezes deixamos de ir à Casa do Pai para namorar, curtir uma praia ou pular ao som do oba oba.

Não é hora de dividir.

Aqueles entendem a necessidade de voltar aos templos, defendam com maturidade. Não faça disso uma questão de conveniência, inclusive política.

Tudo passará, menos o amor.

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