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O desafio de não deixar João Pessoa parar na UTI

18 de março de 2021 às 11h54 Por Wallison Bezerra
Secretária-executiva de Saúde de João Pessoa, Rossana Sá, ao lado do prefeito Cícero Lucena (PP)

Assim como acontece em outras regiões do país, João Pessoa, capital da Paraíba, sofre com o agravamento da pandemia do novo coronavírus. Para quem está no front, é como se estivesse colocando em prática o conhecido ditado de trocar um pneu com um carro a mais de 100km/h.

São problemas que vão desde o desafio para manter em funcionamento uma estrutura física que há anos clama por socorro ao limite para aquisição de insumos, produtos essenciais para cuidar e garantir que pacientes diagnosticados com a Covid-19 consigam sair de um quadro crítico.

Médica, a secretária-executiva de Saúde do município, Rossana Sá, traçou um diagnóstico.

“Precisamos aumentar o número de equipamentos e UTIs. Com isso, fortalecer as equipes, adquirir medicamentos, produtos para proteção individual dos trabalhadores… Para se ter uma ideia, em cada leito de UTI são 12 lençóis a cada 24 horas. Tudo isso aumenta a logística de enfrentamento”, relatou ao Blog.

Para evitar que pessoas morram por falta de oxigênio, a gestão ampliou o número de leitos em Unidades de Pronto Atendimento, foram 31 respiradores a mais.

Quem é socorrido por uma ambulância, tem à disposição um teste para saber se foi infectado pelo novo coronavírus.

Nos bairros, um monitoramento para saber qual a localidade necessita de ações mais efetivas.

Mas, há limites.

Estoque de insumos, por exemplo, é um problema. O que se tinha para ser consumido em meses, acaba antes do esperado. A procura ficou maior que a demanda.

No Brasil, já há relatos de baixo estoque em medicamentos sedativos para os que estão intubados. A secretária garantiu que ainda não há registro semelhante em João Pessoa. Mesmo assim, a Saúde já trabalha para evitar a ausência do medicamento.

“Desde o início da gestão o desafio é em dobro. Em 60 dias tivemos que conhecer o serviço e nos preparamos para uma guerra. Pegamos uma estrutura toda sucateada”, enfatizou.

Apesar de estar entre as capitais com o maior índice de imunização, João Pessoa necessita de vacinas. Há capacidade técnica para aplicar as doses, mas não há o essencial: a bola com o liquido que traz esperança e vida para tantos.

“Eu, como médica, sempre costumo dizer: enquanto há vida, há esperança. Temos fé. A pandemia é séria, uma pandemia que assola três mil vidas por dia no país. Precisamos do engajamento da população. Sentiu sintomas, se preocupe. Há várias estruturas que você pode buscar. Clamo por conscientização. Sigam as medidas restritivas, usem máscara. Mas, se houve alguma sintoma, tem alguém gripado em casa, não espere”, finaliza a profissional de saúde.

O colapso que hoje é iminente, precisa de todos para que não seja raealidade.

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