Eleito para governar João Pessoa em novembro do ano passado, Cícero Lucena (Progressistas) se afastou do cargo na semana em que completou 100 dias de gestão. A justificativa é uma viagem a pelo menos três estados em busca de ações para capital paraibana. Em seu lugar ficou o vice-prefeito Leo Bezerra (Cidadania).
Não há problemas em gestores se afastarem das funções, desde que haja um motivo plausível.
Mas há momentos e momentos.
Não é compreensível que um prefeito se mantenha ausente da cidade que lhe depositou confiança em uma semana de problemas generalizados, mesmo que seja para agendas institucionais.
Na vacinação, a falta de planejamento resultou na caótica cena de idosos aglomerados no Espaço Cultural. Foram em busca de imunização, voltaram para casa cheios de frustração e com grande risco de contágio.
Nas ruas, por conta da decisão de romper contratos em vigor com empresas de coleta, o pedestre precisa driblar o lixo para trafegar. Para quem está dentro de casa, sobra o mau cheiro. Para os animais, uma chance de fazer festa com os resíduos.
Apesar do cenário problemático, até a noite desta quarta-feira (14) não há nenhuma palavra oficial. Nem na sua ativa rede social Cícero deu uma palavra sobre os problemas que pipocaram na cidade que lhe entregou a chave dela.
Por enquanto, ele segue acompanhando a crise no modo remoto, sem nenhuma previsão de interrupção da sua agenda externa. A pergunta é, até quando?