O ex-prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo, atualmente no PV, está disposto a superar o divórcio que teve com o Partido dos Trabalhadores em 2015, quando a sigla vivia a crise pré-impeachment de Dilma Rousseff.
À época, o movimento de Luciano era para que não tivesse problemas na reeleição, em 2016. Ao deixar a legenda que lhe abrigou na vitória de 2012, ele se filiou ao PSD do ex-deputado Rômulo Gouveia.
À Folha de São Paulo, nesse fim de semana, Cartaxo disse que é preciso olhar para o horizonte.
“Estamos olhando para a frente, para o futuro. É preciso ter a capacidade de aparar arestas e superar as divergências”
As divergências que Luciano fala são claras.
Logo que deixou o PT, a executiva decidiu por unanimidade entregar os cargos e abandonar a gestão da capital. O ex-presidente do partido na Paraíba, Charlinton Machado, chegou a afirmar na ocasião que os petistas iam construir o “próprio caminho partidário” e que Luciano deveria “compor com quem ele achasse melhor”.
Charlinton inclusive foi adversário de Luciano nas eleições municipais de 2016, onde o prefeito conseguiu se reeleger já no primeiro turno com o apoio dos ex-senadores José Maranhão e Cássio Cunha Lima.
A permanência no PSD não durou muito tempo.
Em 2018, quando ele viu frustrada a construção de uma aliança para disputar o Governo do Estado contra João Azevêdo (Cidadania), pulou do barco e foi para o Partido Verde, legenda que acumula duas derrotas: com Lucélio Cartaxo, que tentou ser governador em 2018, e Edilma Freire, em 2020.
A estadia de Luciano no PV abre o diálogo com o PT, que sonha com a volta de Lula em 2022 para derrotar o presidente Jair Bolsonaro e conseguir mais quatro anos de abrigo no Palácio da Alvorada.
Seis anos após, o sousense que governou a maior cidade da Paraíba por duas vezes parece estar disposto a enterrar o traumático rompimento de 2015, voltar a caminhar com os ex-colegas de militância e tentar construir um palanque para 22.