Ao ser anunciado como quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro em menos de um ano, o paraibano Marcelo Queiroga defendeu a aplicação de medidas básicas para frear o aumento da Covid-19 no país.
Em audiência pública no fim de março no Senado Federal, o cardiologista foi enfático ao pedir que os brasileiros usassem a máscara facial e evitassem aglomerações desnecessárias.
“Se todos os brasileiros usassem máscaras, teríamos efeito quase igual ao da vacinação. Então, usar máscara é uma obrigação de todos os brasileiros, [assim como] evitar aglomerações fúteis”
O discurso de Queiroga ainda não surtiu efeitos no Palácio do Planalto. Somente nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descumpriu ações mínimas para evitar a propagação do novo coronavírus no Maranhão e no Rio de Janeiro.
Ontem, Bolsonaro liderou um passeio de motos no Rio. Como de praxe, ignorou o uso da máscara e surpreendeu ao aparecer ao lado do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Ao mesmo tempo, Marcelo Queiroga estava em São Luís, capital do Maranhão, para discutir medidas no sentido de evitar a proliferação da cepa indiana do coronavírus, já que há um caso de infecção confirmado no estado. Autoridades sanitárias estão preocupadas com a mutação.
Antes de voltar para Brasília, Queiroga passou por exame para saber se estava infectado. Informou por meio das redes sociais que o diagnóstico deu negativo.
Aos poucos o ministro parece mostrar um novo perfil à frente da pasta mais importante do governo Bolsonaro neste momento pandêmico, apesar de ainda estar longe do desejado.
A missão que parece mais difícil para o cardiologista agora é operar um milagre dentro de casa. Ou melhor, dentro do Planalto.