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Sem prefeitos eleitos, municípios são administrados por vereadores na Paraíba

24 de maio de 2021 às 11h07 Por Wallison Bezerra

Gado Bravo, no Agreste, e Cachoeira dos Índios, no Sertão, estão há quase cinco meses sob a administração de vereadores eleitos em 2020. Apesar do pleito de novembro último, os municípios não tiveram nenhum vitorioso nas urnas na disputa pela sucessão municipal.

Em Gado Bravo, 48,36% dos eleitores votaram para eleger Evandro Araújo (Cidadania), que tem como vice Fernando Barbosa (PP). A chapa, porém, não foi declarada eleita pela Justiça Eleitoral sob a justificativa de que Araújo estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

O designado então para gerir a cidade foi o novo presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Paulino (PL), eleito para o parlamento com 295 votos. O Partido Liberal, legenda de Marcelo, teve como candidato a prefeito do município Zé de Cazuza, terceiro colocado no pleito com 13,15%.

Procurado pelo Blog, o gestor interino Marcelo Paulino informou que estava com Covid-19 e não poderia responder à reportagem.

Allan Seixas (PSB) foi o mais votado para prefeito de Cachoeira dos Índios. Na disputa com Quinha Moura (PP), o socialista obteve 52,26% dos votos no pleito passado.

Assim como aconteceu em Gado Bravo, o detentor do maior número de votos não foi liberado para tomar posse. José de Sousa Batista (PMN), conhecido como Jacildo, foi empossado pela Câmara como prefeito. O partido de Jacildo fazia parte da coligação da oposição.

Ainda em 2020, Allan sofreu uma derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte entendeu que agora ex-prefeito de Cachoeira dos Índios não poderia ser empossado porque ele estaria indo para um terceiro mandato à frente da gestão municipal.

A impugnação se deu pelo motivo de Allan ter assumido por uma semana a Prefeitura, entre 31 de agosto e 8 de setembro de 2016, época que era vice-prefeito, e logo em seguido ter sido eleito prefeito em 2016.

Em contato com o Blog, o prefeito interino do município, Jacildo, informou que vem fazendo uma gestão “feijão com arroz”.

“Venho administrando a cidade com muita responsabilidade, colocando as coisas em ordem, algumas coisas que estava em atraso, como a folha do pagamento, agora nós estamos pagando antes de terminar o mês. Fazendo o feijão com arroz. A questão da saúde [Covid-19], como já fui secretário, estamos fazendo o que orientam as autoridades. Não podemos atrasar a gestão porque a cidade está sem prefeito. Estou respondendo, então tenho que colocar a coisa para andar, a máquina não pode parar”, pontuou Jacildo, informando que foi eleito presidente da Câmara com o apoio da base aliada de Allan e de opositores com unanimidade dos votos.

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