Homens e mulheres de passagem pelo poder no Brasil tentam, e não é de hoje, ser maior que a República. A prioridade do EU tem ficado cada vez maior do que a do NÓS.
Decisões e movimentos que jogam o país em um abismo. É acordar todos os dias e saber que vivemos à beira de um precipício, onde parece não haver quem resgate a nação.
Os últimos atos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), são prova dessa crise. Qualquer cidadão em sã consciência, sem paixões, vai compreender que o chefe do executivo nacional faz tudo, menos governar.
Ao invés de ações, busca conflitos. No lugar de soluções, prefere deixar um povo vivendo em meio a indecisões de um futuro incerto.
Joga para galera a cassação de um ministro da Suprema Corte, mas diz estar com “o seu exército pronto” caso seja o alvo.
Atira pedra em homens e apedreja a jovem democracia.
Escolhe falar exclusivamente para uma turma que já foi multidão, mas hoje não passa de alguns poucos estádios de futebol com cadeiras ocupadas.
E o Brasil? Segundo plano.
Chico Buarque, brilhantemente, entoou aos quatro cantos do mundo que algumas coisas não são eternas. O passado recente é prova.
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Passou. E não deve jamais voltar.
Se hoje a situação é difícil, a certeza que há é que vai passar, antes mesmo que alguns tentem trazer de volta o que só precisa estar nos livros da história.