coluna de sábado

Vai passar

21 de agosto de 2021 às 10h47 Por Wallison Bezerra
Brasil: a República é maior que homens de passagem (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Homens e mulheres de passagem pelo poder no Brasil tentam, e não é de hoje, ser maior que a República. A prioridade do EU tem ficado cada vez maior do que a do NÓS.

Decisões e movimentos que jogam o país em um abismo. É acordar todos os dias e saber que vivemos à beira de um precipício, onde parece não haver quem resgate a nação.

Os últimos atos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), são prova dessa crise. Qualquer cidadão em sã consciência, sem paixões, vai compreender que o chefe do executivo nacional faz tudo, menos governar.

Ao invés de ações, busca conflitos. No lugar de soluções, prefere deixar um povo vivendo em meio a indecisões de um futuro incerto.

Joga para galera a cassação de um ministro da Suprema Corte, mas diz estar com “o seu exército pronto” caso seja o alvo.

Atira pedra em homens e apedreja a jovem democracia.

Escolhe falar exclusivamente para uma turma que já foi multidão, mas hoje não passa de alguns poucos estádios de futebol com cadeiras ocupadas.

E o Brasil? Segundo plano.

Chico Buarque, brilhantemente, entoou aos quatro cantos do mundo que algumas coisas não são eternas. O passado recente é prova.

Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Passou. E não deve jamais voltar.

Se hoje a situação é difícil, a certeza que há é que vai passar, antes mesmo que alguns tentem trazer de volta o que só precisa estar nos livros da história.

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