A juíza Ana Carolina Tavares Cantalice, da 6ª Vara Criminal de João Pessoa, também se averbou suspeita de julgar a denúncia oferecida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e mais quatro irmãos do socialista no âmbito da Operação Calvário.
Cantalice é a terceira magistrada a desistir de analisar o conteúdo da acusação. Antes, os juízes Shirley Abrantes e Antônio Maroja tinham alegado questões de foro íntimo para que não atuassem no processo.
A acusação
O Ministério Público da Paraíba apresentou uma nova denúncia contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e seus irmãos Coriolano Coutinho, Valéria Coutinho, Viviane Coutinho e Raquel Coutinho, além de Denise Krummenauer Pahim, Breno Dornelles Pahim Filho e Breno Dornelles Pahim no âmbito da Operação Calvário. Os investigados são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Investigação
A união das famílias Coutinho e Pahim, segundo a investigação, resultou na criação de empresas que teriam sido beneficiadas economicamente durante as gestões do ex-governador Ricardo Coutinho na Paraíba.
A força-tarefa apura se a criação dessas sociedades e alteração contratuais por parte dos denunciados visavam ocultar valores.
Um dos órgãos usados pelas sociedades, de acordo com os investigadores, é o Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB). Uma das empresas buscava firmar credenciamento e contratos junto ao órgão. O ingresso, porém, só era possível mediante o pagamento de propina à organização criminosa ou a atores que teriam participação no esquema.
Operação Calvário
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) investiga desde o fim de 2018 a implantação de uma organização criminosa que teria desviados recursos da Saúde e Educação do Estado entre 2011 e 2018, além do período em que Ricardo Coutinho esteve à frente da Prefeitura de João Pessoa.
Ao todo, já foram oferecidas 21 denúncias contra 145 pessoas, dentre elas Ricardo Coutinho, familiares, deputados, ex-secretários de Estado, empresários e outros políticos.
Ao todo, a força-tarefa já encontrou desvio superior a R$ 373 milhões.
*Com informações do Portal MaisPB