Celso Mamede de Lima é o servidor do Ministério do Desenvolvimento Regional alvo da Operação Bleeder, deflagrada nesta quinta-feira (18) pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Ministério Público Federal.
Mamede ocupa a função de Assessor Técnico da Coordenação-Geral de Obras e Aquisições do Departamento de Estruturação Regional e Urbana da Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano no Ministério do Desenvolvimento Regional. Ele foi afastado do cargo por determinação do juiz federal Thiago Batista Ataíde.
O Blog teve acesso à investigação e detalha o papel de Celso no esquema
Os investigadores apontam Celso Mamede de Lima como braço burocrático da organização criminosa em Brasília. Os indícios mostram que o servidor auxiliou o grupo através de obras e aprovação de projetos.
Celso tem como função no Ministério do Desenvolvimento Regional vistoriar, fiscalizar e aprovar os projetos elaborados no âmbito dos convênios realizados entre Governo Federal e os municípios paraibanos.
O servidor realizou cinco viagens a serviço para a Paraíba, sendo a última entre 06/12/2020 e 17/12/2020. Na ocasião, o técnico visitou Parari, São José dos Cordeiros, São Bento, Brejo do Cruz e São José de Caiana, cidades onde eram executadas obras autorizadas pelos investigados.
Ele também fez viagem ao estado entre 08/03/2020 a 14/03/2020, quando esteve em Riachão do Bacamarte, Gado Bravo, Brejo do Cruz, São Bento e São José de Caiana. Nessa viagem, Mamede foi acompanhada pela Polícia Federal. À época, houve uma vistoria no açude de Gado Bravo, por 20 minutos.
“Um fato que nos chamou a atenção, foi que Celso tinha um veículo a sua disposição, com motorista, mas na saída do aeroporto embarcou no veículo de João Feitosa, como mostra as imagens, e, tudo indica, que do dia 12/03/2020 para 13/03/2020, esteve hospedado na Fazenda de João Feitosa, localizada na zona rural da cidade de Ibiara-PB”, destaca o MPF.
Uma interceptação telefônica mostra o diálogo entre Celso Mamede e uma pessoa identificada como Endrigo. Segundo as autoridades policiais, eles estavam confirmando certos previamente realizados entre outros investigados.
Celso: E aí engomadinho, deu certo aí?
Endrigo: Deu certo.
Celso: Deu?
Endrigo: Deu certo.
Celso: Então tá bom.
Endrigo: Tá bom?
Celso: E aí, como é que estão as coisas?
E-mails, obtidos com autorização judicial, demonstram a autoridade de João Feitosa sobre Celso, orientando como ele deveria fazer o trabalho de fiscalização, tratando-o
como se fosse funcionário seu.
Apesar da atuação no esquema, o Ministério Público Federal não viu necessidade de prisão preventiva, já que, segundo o órgão, “não há provas de que esteja concorrendo em práticas ilícitas na atualidade”.
As medidas impostas a Celso Mamede