O prefeito de Lucena, Leo Bandeira (Solidariedade), publicou nessa segunda-feira (17) as exonerações do secretário de Saúde, Antônio de Paulo, e da coordenadora de imunização, Karine Rocha Bezerra Carvalho.
As portarias, no entanto, estão em vigor desde a última sexta-feira (14), data em que veio à tona, por meio de uma reportagem publicada pelo ClickPB às 20h30, o escândalo da vacinação em crianças entre cinco e 11 anos com vacinas vencidas da Pfizer. O imunizante aplicado era destinado para pessoas com mais de 12 anos. Ou seja, inapropriado para o público infantil.
O desligamento da técnica de enfermagem suspeita de aplicar as doses erradas e o afastamento de uma servidora da UBS Estiva também foram publicados com datas retroativas.
O Blog tentou contato com o prefeito, mas não obteve resposta. Em depoimento ontem ao MPF, o gestor informou que afastou a técnica de enfermagem, a enfermeira e a coordenadora de imunização assim que tomou conhecimento da irregularidade. Leo também pontuou que o secretário era responsável pelo planejamento da vacinação.
A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de nota, que foram identificadas 49 crianças menores de 12 anos que receberam uma dose da vacina contra covid-19 destinada a adolescentes e adultos.
Dentro deste grupo, 13 receberam doses que estavam dentro do prazo de validade e 36 que não estavam, pois foram armazenadas em temperatura positiva há mais de 30 dias. Não foram identificados, até o momento, eventos adversos graves.
As crianças seguirão, conforme preconiza o Programa Nacional de Imunizações (PNI), em monitoramento por 30 dias contados a partir da data de aplicação.
O levantamento das doses constatou também que cerca de 200 indivíduos (entre adolescentes e adultos) receberam imunizantes fora do prazo de validade. Serão contabilizadas e catalogadas todas as doses de Pfizer/Comirnaty enviadas ao município, para que sejam identificadas todas as pessoas que receberam doses vencidas, e recebam as orientações adequadas.