Anotações apreendidas durante a primeira fase da Operação Indignus apontam transferências feitas pela direção do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, por determinação do Padre Egídio Carvalho, preso nesta sexta-feira (17) por determinação do desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba.
Os documentos mostram que entre 08 de janeiro e 28 de agosto de 2022, Amanda Duarte transferiu ou entregou em mãos valores que somados chegam a R$ 1,5 milhão.
Para o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Egídio quis “enriquecer usurpando o dinheiro público, ainda que com prejuízo e sofrimento de pessoas miseráveis e dependentes de condições mínimas de assistência”.
Entre junho e dezembro de 2021, os valores alcançam o montante de R$ 1,1 milhão.
Segundo o MP, apenas com essas duas ações o Padre recebeu R$ 2,7 milhões, sem contar os pagamentos feitos a fornecedores contratos por Egídio.
Numa auditoria feita usando dados dos documentos contábeis e e extratos bancários, chegou-se a conclusão de repasse no valor de R$ 3,7 milhões entre 2021 e 2022.
Houve transferência também em 2023, até o Padre ser afastado da direção do Hospital. Em sete meses, foram R$ 754 mil. Para a Força-Tarefa, é possível concluir que entre janeiro de 2021 e setembro de 2023 o valor total encontrado chega a R$ 4,5 milhões.
Nem a pandemia de Covid-19 foi suficiente para sensibilizar. Anotações também mostram entrega de dinheiro ao Padre como em 19 de março de 2020, quando ele recebeu R$ 30 mil e R$ 30 mil em novembro.
Segundo o desembargado Ricardo Vital de Almeida, há nos autos elementos de provas que indicam a aquisição fraudulenta e pagamento de 38 monitores multiparamétricos para o Hospital Padre Zé, envolvendo os investigados.