Todo jornalista que atua na cobertura política almeja um dia entrevistar um presidente da República. Independente de quem está no posto, ter a oportunidade de sabatinar o chefe do Poder Executivo Nacional é o ápice da carreira. Se for de forma exclusiva, mais ainda.
Com a confirmação da agenda de Lula na Paraíba tinha duas oportunidades: esperar ou buscar. Preferi conjugar o segundo verbo. Começa a ligar, mandar mensagem, entrar em contato.
Uma pessoa ansiosa como eu, olhar a tela do telefone à espera de uma mensagem ou ligação trazia aflição. Para alguns pode ser apenas ironia do destino, para mim providência. No meio de um encontro voltado para Paróquia que frequento, a notificação anunciava a realização daquilo que buscávamos. Mas ainda era preciso esperar um pouco.
Entrevista confirmada. Noite sem sono. Almoço às 17h30. Ajusta figurino. Tecnicamente, tudo pronto.
Saber que o presidente falaria à Paraíba era uma conquista não pessoal, mas para nossa imprensa. Seja qual fosse o jornalista escolhido, todos nós estaríamos representados e torcendo.
Chegou a esperada sexta-feira. Antes mesmo que o gale cantasse, às 4h já estávamos de pé. Momento de revisar o conteúdo. Lê, pesquisa, escreve. Tudo em busca da segurança para as perguntas o que os paraibanos gostariam de fazer a Lula. Gestão pública, política, obras e anúncios.
Ao chegar no local definido, ainda nos primeiros raios solares do dia, última oportunidade de ajustar os detalhes finais. Testa som e imagem. Afina a iluminação.
Vem a primeira grande conquista. Ao invés da imposição ou censura prévia de conteúdo a ser abordado, como é bem comum, os assessores diretos do presidente nos deram liberdade. Podem perguntar o que quiserem. Nada de pauta pré-definida.
Sentados à mesa, a porta abre-se com a mensagem: Lula está vindo. Ele chegou antes do previsto. Ao entrar na sala, cumprimenta a todos presentes, sem exceção.
Foto: Aloísio Abrantes
Era o momento de sentir como seriam os próximos minutos. Como fazer? Trazer à memória a relação do petista com o estado.
Antes de iniciar a transmissão, porém, Lula nos chama atenção: Heron e Wallison, podem perguntar o que quiserem e acharem necessário. Fiquem livre para fazer os questionamentos.
Atenção emissoras da Rede Mais, vem aí a hora mais esperada do rádio paraibano. Cinco segundos ligam a Paraíba na Hora H.
A partir daquele momento, uma edição especial do programa que há cinco anos sonhamos e criamos, eu e Heron, coroava nosso trabalho.
O que se deu para sentir nos 58 minutos de entrevista? Um presidente leve, mas afiado nas respostas. Não fugiu.
Na hora da despedida e agradecimentos, a surpresa. Ficamos por mais de 20 minutos conversando nos bastidores. E não era uma conversa exclusiva entre Lula e apresentadores. Eram de todos. Técnicos, assessores.
Foto: Aloísio Abrantes
Missão cumprida. Mas as surpresas não paravam por aí. Mensagens e ligações. Saudações pelo feito.
E aí, como foi? As respostas começaram a chegar. Parceiros da valorosa imprensa paraibana repercutindo. Folha de São Paulo, Estadão, UOL, G1, O Globo, Valor Econômico, TV Globo, SBT, CNN, Globo News, Reuters também.
Fazer jornalismo pelo que ele é nos gratifica. Integrar uma empresa que comunga do mesmo pensamento, ainda mais.
Ter ao lado um parceiro como Heron Cid completa. Dez anos após de trabalho conjunto, parece que continuamos como aqueles iniciantes sonhadores, sempre em busca de alcançar as grandes realizações.
Essa entrevista não teria sido possível sem o aval de Heron. Com a coragem de furar a bolha, colhe os resultados plantados em 2010, quando criou o Portal MaisPB. Não se intimida com o difícil. Faz tudo ser extraordinário.
Comunicação é equipe e para isto sei que estamos em uma gigante. Marcelo Gomes, Michelle Farias, Albemar Santos, Roberto Targino, Aline Targino, Thaís Cirino, João Pedro Gomes, Gabriel Albuquerque e Aloísio Abrantes. Todos unidos com o único objetivo: fazer jornalismo.
Se a Natureza das Coisas de Flávio José nos ensina que toda caminhada começa no primeiro passo, tenho a certeza que todo novo passo nos leva a caminhos que jamais imaginaríamos chegar.
