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Em João Pessoa, “time de Lula” ignora orientação do técnico

16 de outubro de 2024 às 12h19 Por Wallison Bezerra
Escalados para o time de Lula, Veneziano Vital do Rêgo e Ricardo Coutinho não seguem a tática do técnico

Em 2022, Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo e Veneziano Vital do Rêgo se uniram para ser o palanque de Lula na Paraíba. Dos três, apenas Luciano obteve êxito nas urnas. Veneziano perdeu para João Azevêdo, Pedro Cunha Lima e Nilvan Ferreira. Ricardo, mesmo inelegível à época, manteve a candidatura ao Senado e foi derrotado. Ficou em terceiro lugar, atrás de Efraim Filho e Pollyanna Dutra.

Dois anos após, as três lideranças seguiram caminhos distintos em João Pessoa. Cartaxo e Coutinho montaram a chapa puro sangue do PT e Vital indicou Amanda Melo para vice de Ruy Carneiro (Podemos). Ambas candidaturas não conseguiram avançar ao segundo turno, polarizado entre Cícero Lucena (PP) e Marcelo Querioga (PL), este último uma das principais apostas de Jair Bolsonaro nas eleições municipais.

Logo após o resultado do primeiro turno, Luciano e Ricardo disseram não ter condições de votar em nenhum dos dois postulantes. Os petistas adotaram posição de não seguir com Cícero, nem em Queiroga.

Ao invés da prometida coletiva de imprensa, onde teria que dar maiores explicações e responder perguntas de jornalistas, Veneziano Vital do Rêgo amanheceu o dia com um vídeo nas redes sociais liberando os filiados ao MDB para votarem como quiserem, afirmando ter o aval da cúpula petista nacional.

Ao anunciar a “livre escolha”, autorizou que os emedebistas possam votar tanto em Cícero Lucena, apoiado pelo PT e pelo ministro Alexandre Padilha, ou em Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, gestão que Vital foi duro opositor no Congresso Nacional.

Em nota recente divulgada pela Executiva Nacional, o PT pediu engajamento para derrotar candidatos de extrema direita. No final de semana, Padilha declarou apoio a Cícero e defendeu eleição do prefeito.

No segundo tempo de uma partida decisiva em João Pessoa, o chamado “time de Lula” ignorou o seu técnico e jogou cada um seu jogo.

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