Fazia tempo que uma eleição em Campina Grande era tão acirrada. Num retrospecto recente, em 2016 e em 2020 a campanha foi liquidada no primeiro turno. Nas duas ocasiões, Romero Rodrigues (Podemos) estava à frente do Poder Executivo Municipal. O hoje deputado federal conseguiu a reeleição e depois fez o sucessor, o hoje prefeito Bruno Cunha Lima (União).
Mas, em que a disputa desse ano se difere das demais?
Ao chegar no Palácio do Bispo, Bruno trazia consigo um desafio. Manter a popularidade de Romero, que à época encerrava o mandato com alta aprovação popular, era um deles. Enfrentando crises internas e externas, não conseguiu o feito e precisa driblar até hoje índices de rejeições.
Com a união das oligarquias Vital e Cunha Lima em 2022 para tentar, sem êxito, vencer o pleito estadual, Bruno trouxe para perto em 2024 o grupo que derrotou e combateu em 2020, a família Vital do Rêgo.
No meio do percurso, uma interrogação chamada a novela Romero Rodrigues. Depois de ensaios públicos de rompimento, o deputado cedeu. Indiciou o vice, Alcindor Vilarim, mas liberou os filiados do Podemos para seguirem como melhor entender. Até agora tem quem não consiga entender essa matemática.
Somado a todos esses fatores, a oposição conseguiu ser maioria na Casa Félix Araújo, com a chegada até dos que estavam juntos a Bruno anteriormente.
Convenções finalizadas, seis candidaturas, sendo cinco oposicionistas. Números propagados pelo clã Cunha Lima passavam a sensação para cidade de vitória no primeiro turno. O resultado: novo confronto. Dessa vez, o tradicional agrupamento político contra uma novidade chamada Jhony Bezerra, candidato do PSB.
Nas três semanas que ligaram o primeiro ao segundo turno, o que se conseguiu observar foi uma Campina dividida, e não precisava estar na cidade para sentir. Os próprios candidatos demonstraram isso.
Mais votado no primeiro tempo da partida, Cunha Lima precisou lidar com um opositor em ascensão, que surpreendeu até os mais brunistas. E o que explicaria o fator Jhony Bezerra? Estreante na política, o médico percorreu um caminho de crescimento. Saiu de poucos pontos percentuais em pesquisas para ser um calo no pé do adversário, daqueles que incomodam e impedem trilhar o percurso ensaiado.
A poucas horas da abertura das urnas, Campina e a Paraíba perguntam: o que será proclamado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba depois das 17h deste domingo (27)? Essa talvez seja a maior dúvida do mundo.
A confirmar o desfecho, a sinopse apresenta um roteiro com final que pode surpreender. A pergunta é, qual mensagem a cidade falará à Paraíba?