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Mandato novo, velhos problemas

9 de janeiro de 2025 às 10h38 Por Wallison Bezerra

Antes mesmo de completar dez dias do novo governo, o prefeito Bruno Cunha Lima (União) inicia a segunda gestão com grandes problemas em Campina.

Assim como em 2024, servidores da saúde têm se queixado de decorrentes atrasos salariais. Prestadores ameaçam paralisar as atividades. Médicos que atuam na rede municipal falam em “afronta” aos direitos trabalhistas e “cenário de abandono”.

“Reforçamos que o atraso nos pagamentos não é apenas uma violação dos direitos trabalhistas, mas também uma afronta à dignidade profissional e humana dos médicos que, apesar do cenário de abandono, continuam priorizando o bem-estar dos pacientes”, diz a nota.

Ao Blog, o secretário de Saúde, Dunga Júnior, disse que o pagamento foi liberado com a publicação do orçamento com Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD).

Se fosse uma situação pontual, já era grave assistir servidor cobrando salário. Ao tornar em algo recorrente, onde se faz preciso buscar alternativas, até externas, para cumprir o mínimo, torna-se inaceitável para uma cidade grande como Campina.

Já não bastasse a crise na saúde, o governo ressuscitou o impasse com vereadores. Ao sancionar a Lei Orçamentária Anual (LOA) no valor de R$ 2,2 bilhões, Bruno levantou a desobediência à Constituição Federal para vetar as emendas impositivas.

Ao MaisPB, o vereador Anderson Pila engrossou o tom. “Vemos isso como um desrespeito às decisões do Parlamento. Um afronta à legislação que garante a existência das emendas impositivas. A palavra do prefeito equivale um risco na água”, criticou.

Em nota, a gestão Cunha Lima justificou o veto e jogou a culpa para a oposição. “Durante sessão extraordinária realizada logo após essa reunião, uma articulação da oposição alterou o percentual previamente acordado, desrespeitando o pacto construído entre o Executivo e o Legislativo. Tal movimentação foi promovida em desacordo com os princípios de diálogo e transparência que devem nortear a relação entre os poderes”, argumenta, prosseguindo.

“Diante desse cenário, a gestão municipal manteve sua posição em defesa do acordo firmado, alinhado com os interesses coletivos, e vetou a emenda modificativa apresentada. Essa decisão não apenas respeita a Constituição Federal, mas também assegura que as emendas parlamentares sejam executadas de forma justa, transparente e em benefício direto da população de Campina Grande”, prossegue.

Mandato novo, problemas velhos ainda não superados por Bruno Cunha Lima.

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