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Marcos Pereira vê Hugo como ‘pacificador’ e cita planos para Republicanos na PB

28 de janeiro de 2025 às 12h56 Por Wallison Bezerra
Jantar com o candidato à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta, oferecido pelo presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e o presidente estadual do Progressistas, deputado Mauricio Neves (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

Presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira vê no paraibano Hugo Motta uma pessoa capaz de “construir o diálogo” entre campos antagônicos da política nacional. No próximo sábado (01), Motta deve ser ungido presidente da Câmara Federal, com apoio de, pelo menos, 15 partidos, incluindo o PT de Lula da Silva e o PL de Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao autor do Blog, Pereira descreveu o porquê abriu mão da disputa à Presidência da Câmara para apoiar Hugo, comentou assuntos polêmicos do Congresso como emendas parlamentares e impeachment de Lula (PT), e as projeções para participação da legenda nas eleições 2026 na Paraíba. Confira:

Blog Wallison Bezerra – Deputado Marcos Pereira, o que foi predominante para que o Republicanos apostasse na candidatura de Hugo Motta à Presidência da Câmara Federal? 

Marcos Pereira: Olha, para mim uma satisfação alegria poder apoiar Hugo Mota. Todos sabem que eu era candidato à Presidência da Câmara até dia 3 de setembro do ano passado, quando fiz o movimento como então candidato e presidente nacional do partido para retirar minha candidatura e lançar o nome de Hugo Mota presidente da Câmara. Porque Hugo, apesar de jovem, 35 anos, é um experiente. Tem quatro mandatos de deputado federal. Construiu aqui uma relação de diálogo, uma relação de serenidade com todas as bancadas que representam o povo brasileiro na Câmara dos Deputados. Tanto é verdade, que ele tem o apoio de 17 partidos político, do PT ao PL, que são dois antagônicos, governo e oposição aqui no Congresso Nacional. Eu tenho certeza que nesse momento que o Brasil precisa de mais diálogo, de mais serenidade, o momento que o Brasil ainda continua muito polarizado, com pauta muito ideológica, Hugo poderá fazer a condução de um diálogo mais harmônico entre os Poderes, entre as Instituições e dentro da própria casa.

Blog Wallison Bezerra – Presidente, o senhor fala que o Brasil precisa de mais diálogo, como é que o senhor acha que deve ser a posição, por exemplo, em determinadas pautas que são polêmicas, voltadas para a esquerda como para a direita? O que é que vai pesar para Hugo Mota quando sentar a cadeira de presidente e ter na sua frente essas pautas?

Marcos Pereira: O presidente da Câmara, na verdade, ele é um árbitro, ele é um maestro que coordena os trabalhos, que guia ali os pares, os líderes. Não tenha dúvida que vai haver pressão, tanto da esquerda quanto da direita, para fazer as suas pautas ideológicas avançarem. Muito mais que pautas ideológicas, a pauta importante que a gente precisa fazer avançar é a pauta do ajuste fiscal, é a pauta de reformas estruturantes para o Estado brasileiro. Talvez uma reforma administrativa, se o Governo quiser tocar essa pauta. Pautas que venham trazer segurança jurídica, previsibilidade para o setor produtivo gerar emprego e renda. A gente tem que se preocupar muito mais com o bem estar da população do que pautas ideológicas, que não resolvem os problemas estruturais que o nosso país tem que resolver.

Blog Wallison Bezerra – Presidente, nos últimos anos houve uma polêmica muito grande voltada para as emendas, como é que o senhor acha que vai ser o papel de Hugo Mota nesse debate?

Marcos Pereira: O papel dele será fundamental junto com o presidente do Senado Federal, que é o presidente do Congresso. Provavelmente, em tudo se consolidando será o senador Davi Alcolumbre. Ambos terão que dialogar, como o Arthur Lira e Rodrigo Pacheco vinham até então dialogando com o Poder Executivo, com o Poder Judiciário, com o Supremo, para poder chegar ao denominador comum. Essa solução terá que ser encontrada a quatro mãos. Sentados na mesa o Legislativo, nas pessoas dos presidentes da Câmara e do Senado, o Executivo e o Judiciário. É óbvio que precisa ser resolvida. Porque enquanto houver esse impasse de bloqueio imposto pelo Supremo, quem sai prejudicada é a população, são os municípios lá na ponta que precisam desses recursos para melhorar a qualidade de vida da população.

Blog Wallison Bezerra – A oposição tem defendido o impeachment do presidente Lula. O senhor vê clima para Hugo pautar isso no Congresso?

Marcos Pereira: Eu não vejo clima. Impeachment a gente só faz quando há motivação jurídica e política. E eu não vejo nenhuma das duas motivações no presente quadro, no presente momento.

Blog Wallison Bezerra – Presidente, antes de Hugo Motta ter o nome colocado como candidato à Presidência da Câmara, ele era lembrado como eventual candidato ao Senado pela Paraíba em 2026. Ainda está na rota do Republicanos ter Hugo como candidato ao Senado ou ele vai para a reeleição na Câmara? 

Marcos Pereira: Eu não posso definir agora o que vai acontecer daqui até o final do ano que vem. Não tenha dúvida que isso precisa ser dialogado não só com o Hugo, mas com o partido e com as lideranças do estado da Paraíba, o governador João Azevêdo e os demais líderes que compõem aí essa aliança no Estado. Não é uma decisão pessoal, seja de Hugo, seja uma decisão partidária dos Republicanos. É uma decisão que terá que ser construída, também, dialogando com os colegas e os parceiros de outros partidos no Estado da Paraíba.

Blog Wallison Bezerra – O Republicanos estará na chapa majoritária? 

Marcos Pereira – Eu defendo que o partido esteja na majoritária e pode ser com nome de Hugo ou pode ser com outro nome. Nós temos grandes quadros do partido aí que não está da Paraíba. Murilo Gaudino, Wilson Santiago, nós temos Raniery Paulino, nós temos o Adriano Galdino, que é o presidente da Assembleia Legislativa, Wilson Filho, que é deputado e secretário de Educação, entre outros. Nós temos oito deputados estaduais e três deputados federais. Então, não tenha dúvida que eu defendo o Republicanos esteja na majoritária. E o nome, que ocupará e o cargo que ocupará, é uma questão a ser construída com os demais partidos e lideranças locais.

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