O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM), deve instalar na próxima terça-feira (13) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação do governo Bolsonaro no combate à pandemia da Covid-19, doença que já matou mais de 350 mil brasileiros em pouco mais de um ano.
A abertura do colegiado acontece após a decisão liminar do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na última quinta-feira (08) o início do trabalho da comissão.
A decisão do ministro atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania). Ao Blog, o parlamentar reprovou a articulação de senadores governistas para impedir as investigações e garantiu que a apuração não vai “acabar em pizza”.
Confira a entrevista exclusiva
Blog – O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, atendeu a um pedido seu essa semana e determinou a abertura da CPI da Pandemia. A decisão será cumprida, segundo o senador Rodrigo Pacheco. Governistas, porém, já articulam para impedir o funcionamento do colegiado, inclusive na tentativa para que senadores retirem assinaturas. Como o senhor avalia esse movimento?
Alessandro Vieira – É um movimento comum na política brasileira, mas reprovável. Fica a impressão de querer esconder algo, o que é muito negativo.
Blog – Parlamentares governistas falam em ampliar o foco da CPI para as atuações de governadores e prefeitos. O senhor concorda?
Alessandro Vieira – Sim, concordo. Todos os fatos devem ser apurados em uma situação tão graves como essa.
Blog – O que a oposição fará para que a CPI não termine em “pizza”?
Alessandro Vieira – A fiscalização da sociedade e da imprensa vai evitar a “pizza”. Acredito em um trabalho sério e eficiente.
Blog – O senador Rodrigo Pacheco deve oficializar nos próximos dias a instalação da CPI da Pandemia. Vocês já articulam para ficar com presidência ou relatoria? Tem alguma preferência?
Alessandro Vieira – Não estou preocupado com isso, creio que os maiores partidos deverão ocupar este espaço.
Blog – Como o senhor vê a articulação do governo em impedir a execução de emendas parlamentares, principalmente após a decisão do STF? O conflito poderá atrapalhar o orçamento?
Alessandro Vieira – Não. Os problemas do orçamento, que são gravíssimos, não têm ligação com a CPI. São fruto de equívocos do governo e do comando das casas do Congresso.