A 4ª Vara da Justiça Federal, em Campina Grande, realizou, na última segunda-feira (11), a audiência sobre o processo movido por um empresário de João Pessoa contra o dono da Braiscompany, Antônio Inácio da Silva Neto. A ação em questão trata-se sobre a tentativa do investidor de resgatar uma embarcação usada como bens para investimento na financeira. A empresa campinense está com as atividades paralisadas desde o mês de fevereiro, quando foi alvo da Operação Halving, deflagrada pela Polícia Federal e pelo MPF para apurar fraudes em um esquema de criptoativos na Braiscompany.
No depoimento, a vítima, José Marcolino de Souza Neto, disse que decidiu investir na Braiscompany por acreditar que haveria credibilidade na empresa investigada já que havia a presença de pessoas influentes. “Eu vi também várias pessoas influentes no meio, então achei que seria algo seguro”, desabafou Marcolino.
Questionado se em algum momento tinha suspeitado que a Braiscompany poderia ser uma pirâmide financeira, ele respondeu. “Não, por que o que acontece. A pirâmide já era para ter acabado no ano dois e ele [Antônio Neto] já estava no quarto ano, então, assim, foi tudo dentro de um contexto que autoridades foram deixando acontecer. Então, a gente viu que um ano, dois anos, três anos no mercado… passou muito tempo, né?!
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O que pede a defesa da vítima
O processo em julgamento por parte da Justiça Federal se refere ao pedido do empresário para o desbloqueio de uma embarcação avaliada em R$ 1 milhão, interditada pela Justiça. A vítima diz ter investido o barco e mais R$ 500 mil na Braiscompany, totalizando R$ 1 milhão em criptomoedas.
O pagamento dos retornos, no entanto, começou a atrasar. Por isso, foi ligado o sinal de alerta. Através de um acordo, Antônio Neto devolveu o barco. Porém, o bem ainda consta na declaração do imposto de renda do sócio da Braiscompany, e por isso foi sequestrada.