bastidores

João e Pedro: a fala, a lição e a (falta de) interpretação

5 de fevereiro de 2024 às 13h38 Por Wallison Bezerra

Afastado dos holofotes políticos desde que perdeu a eleição para João Azevêdo (PSB) em 2022 e consequentemente à presidência do PSDB na Paraíba, o ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) buscou polarizar com o socialista no final de semana após uma fala do gestor estadual durante a plenária do PSB em Campina Grande, realizada na última quinta-feira (1º).

Na oportunidade, o governador defendeu que a Rainha da Borborema voltasse ao protagonismo que um dia já alcançou, como nos tempos em que o clã Cunha Lima colecionava vitórias tendo à frente Ronaldo Cunha Lima, diferente da realidade atual.

“Campina precisa voltar a ser uma cidade que há um tempo era liderança real desse estado, porque havia um cuidado maior com essa cidade, infelizmente se perdeu este cuidado, e se perdeu muitas vezes em versos e prosas, os discursos eram muitos bonitos, mas a prática era muito diferente”, disse João no evento.

A crítica de Azevêdo tinha e tem um endereço: Bruno Cunha Lima (União), atual prefeito de Campina. A quem mais interessaria o PSB polarizar se não fosse o eventual adversário de Jhony Bezerra?

Ao falar de combate ao coronelismo, o governador expôs o óbvio. Nem na política, nem na vida comum ninguém é e nem pode se achar potencialmente maior diante do cargo ou função de ocupa.

A fala de João Azevêdo se faz necessária e precisa ser entendida, principalmente pela classe política. Seja Campina Grande, Coxixola ou João Pessoa. Fazer política é acima de tudo estar revestido de humildade. Um recado com vários endereços.

Na tentativa de voltar ao debate público, Pedro tomou as dores que não existiam e disse que a crítica era direcionada a Ronaldo. Buscou num verso aplicar a prosa que não cabe. E quem deixa transparecer isso é o próprio Bruno Cunha Lima, primo de Pedro.

Questionado sobre as declarações de João, saiu pela tangente. “Acho texto sem contexto é pretexto, pelo trecho que eu vi, ele se referiu no plural e não a mim”, reagiu, refutando a pecha de “coronel”.

Um pouco de interpretação teria ajudado o jovem tucano.

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